Na tarde de 27 de Janeiro de 2009 eu estava trabalhando quando recebi uma ligação do meu marido:
- Esposa, o que você vai fazer amanhã à uma e meia da tarde?Respirei fundo e pensei em dizer algo como:
- Olhe, meu bem, amanhã, nesse horário, eu pretendo estar mergulhando no mar do Caribe, ou saboreando um delicioso peixe grelhado com muitas alcaparras num belo barco em Aruba, acompanhado de uma cervejinha bem gelada. E você?
Ao contrário, respondi:
- Bom, nesse horário devo estar trabalhando.
- Você quer ir conhecer seu filho?
- Como assim, conhecer meu filho?
- É que a S. do Juizado da Infância e Juventude me ligou e perguntou se poderemos ir até lá pra conhecer nosso filho. Ela disse que é um menino lindo, que tem os seus olhos, e se chama Alexandre Henrique.
- Ara, Marido, que assunto mais besta pra se fazer brincadeira!
- Não é brincadeira, não. Estou falando sério. Você quer ir conhecer o nosso filho amanhã?
- Claro que quero! Você não está brincando?
- Não, eu vou ligar pra ela e confirmar nosso horário.
- Ah, tá, tudo bem então!
Desliguei o telefone e fui à sala ao lado avisar minha chefe e colegas de trabalho:
- Amanhã após o almoço eu não poderei vir trabalhar. Vou conhecer meu filho!
Foi aquela gritaria, choradeira, emoção, abraços pra todo lado e uma avalanche de perguntas, entre elas:
- O que você vai fazer agora? Vai arrumar uma babá, uma empregada, ou vai deixar seu filho na escolinha o dia todo?
Quem me conhece já sabe que a essa altura minhas mãos e meus pés estavam inundados de suor. Parei de respirar, entrei em pânico, fiquei completamente apavorada. Só conseguia pensar:
- E agora, Meu Deus, o que vou fazer?
Liguei pra madrinha de meu filho, escolhida tempos atrás, e confessei:
- Estou com medo, apavorada, não sei o que fazer.
E não consegui nem chorar de emoção. Sentia uma bola de tênis entalada na garganta, os olhos esbugalhados (a bola de tênis era a culpada), a respiração curtinha, e um pânico enorme.
Naquele dia meu Marido e eu não conseguimos trabalhar direito, nem comer, nem dormir e passamos a noite falando sobre como a gente achava que o Alexandre Henrique seria.
No horário marcado estávamos no fórum pra nos submeter ao processo e quando caminhávamos para nosso carro, indo finalmente conhecer nosso filho, em carne e osso, Marido me disse:
- Minhas pernas estão tão bambas que acho que não vou conseguir dirigir até lá.
Nas fotos o Alexandre era bonito, mas ao vivo...
Quando o avistamos, Marido segurou forte na minha mão:
- Esposa, ele é lindo!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
A gravidez do coração é assim, ninguém sabe como e nem quando começa mas a gente sabe que acontece assim:
Uma estrelinha distraída entrega seu filho no endereço errado; Um anjinho descobre onde ele está e conta pra uma cegonha;
A cegonha chega num lindo dia qualquer trazendo O SEU FILHO, que você esperava que chegasse, mas não sabia quando chegaria.
E quando ele chega, sua vida dá cambalhotas e piruetas e nunca, NUNCA mais será a mesma, para todo o sempre!
Amém.
Que história linda, Fabi!!!!
ResponderExcluirMe emocionei... chorei! q lindo!
ResponderExcluirOi, Carlinha! O sentimento dessa história é muito grande porque foi compartilhada; sim, compartilhada com amigos, como você e o Joe, que correram com o nosso grupo de amigos a fazer um chá de criança, porque o bebê já era grande e precisava de tudo de uma vez só... Inesquecível, amiga! Obrigada por você fazer parte dessa história. Beijo.
ResponderExcluirDê, obrigada por estar me seguindo A Mulher Guerreira, como você postou no Orkut. Saudades de nosso tempo... Beijo.
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